Das leituras no passado recente («Fundação» de Isaac Asimov)
Um clássico incontornável da ficção científica, amplo em enredo e personagens cativantes (ainda que as mais fascinantes sejam um decalque variado de um modelo-base), que relata uma história de império galáctico em declínio e os deliciosos meandros sócio-político-económicos de um atalho de recuperação civilizacional traçado pela ficcionada disciplina da psico-história.
Exactamente o que parece: um portento imaginativo competentemente narrado, capaz de criar no leitor uma vastidão de mundos. Só não chega tão longe que permita ver mulheres como seres humanos completos e muito menos em lugares de poder ou protagonismo. Que este futuro é o de há 80 anos, mas agora parece que já é tudo leite e mel e até o termo vagina deve ser evitado, não vá alguém destituído de uma ofender-se na sua sensibilidade com a nomeação de um órgão que garantiu às suas portadora um apagamento tão absoluto que até operava nas capacidades imaginativas mais fulgurantes.