Das bitaitadas literárias 2
A autoconfiança do homem branco é fenómeno antigo com vocação de futuro. Esta «jovem» promessa assim o comprova.
Ungida por uma certa «facção séria»/«fora da norma» de amantes da palavra escrita, cá surge a obra que - e poderei estar em erro, só duvido mesmo muito que esteja - uma mulher da mesma idade não conseguiria fazer editar. Primeiro, por contar com um escrutínio maior sob todas as perspectivas (incluindo a interior), depois, por lhe faltar empáfia bastante, por fim, pela ausência de claque de apoio que para estas coisas «experimentais» reserva crédito aos cavalheiros.
Assim, temos um exercício versejado de desorientação peneirenta feita rumo reservado aos iniciados, seguido de enumerações armadas ao pingarelho em que todas as notas com ideias magníficas à mesa do café surgem compiladas (ora entre vírgulas, ora entre dois pontos, porque vanguarda e as cenas), insuflando uma narrativazita Bolaño série bifana & copo de três a fingir que viu mundo no Portugal dos Pequenitos.
Escrita de adolescência tardia, num onanismo permanente em resposta a um entumescimento de ego que chega a ser embaraçoso testemunhar. Amplo de forma no artifício, preparando uma deflagração com a vacuidade como resultado.
Nas palavras que em pp. 106 se podem ler: «essas reclusões e esses cortes abruptos no discurso nunca enganaram ninguém, tanta mania de ser diferente, shell shockzinho de arrabalde»