Das leituras no passado recente («O Cunho do Editor» de Roberto Calasso)
Não é um só texto, mas antes um lote de pequenos textos em torno da figura do editor e das diversas dimensões do ofício da edição. Quase todos distantes desta era de sociopatia editorial, com envio livros a influencers como forma de comunicar novidades a um público potencial, e multiplicação de prémios e festivais literários enquanto plataformas publicitárias disfarçadas de eventos.
Totalmente focado na realidade italiana e por vezes algo alienante face a tal distância geográfica, aproveitando o tradutor para inserir muitos dos títulos mencionados em italiano (apesar de a obra original ser noutro idioma) e sem uma mísera nota de rodapé seja feita com a menção do título original.
Este tipo de atropelo aos deveres basilares da tradução é cada vez mais frequente e até a Edições 70 tem gente que faz disto norma. O leitor não interessa nada, aparentemente.
Tirando a narração de certos episódios livrescos engraçados, não creio que seja de lamentar não ler esta massagem de ego do autor.