Estas duas belas longas metragens brasileiras estão diponíveis no RTP Play. Aproveitem.
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«A Vida Invisível» (2019, Karim Aïnouz)
«Vislumbra-se uma harmoniosa sensualidade dentro do espaço confinado que é o ecrã, uma sincronia entre figuras e cenário. Uma melodia dos organismos vivos: os corpos e a natureza rimando, acompanhando-se mutuamente, nas fulgurâncias e nos ocasos, nos nascimentos e nas mortes, no fulgor e no apodrecimento.
(...) com este filme, um cineasta apresenta-se com tonalidades de historiador e de arqueólogo, vibrações que são transmitidas aos corpos e gestos de personagens, tal como o calor e a humidade. Estas personagens e estes gestos são o resultado de um levantamento da história da vida privada do Rio de Janeiro.»
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«Bacurau» (2019, Juliano Dornelles, Kleber Mendonça Filho)
«Para quem quiser ver, está tudo no genérico, naquele majestoso zoom do espaço sideral para o interior pernambucano ao som de Gal Costa cantando Objecto não identificado de Caetano Veloso. É uma explicação e um aviso das duas horas que se seguem, filhas espiritual da geleia geral do tropicalismo mas também do vanguardismo vale-tudo de Glauber Rocha (e se há Glauber aqui, Deus meu): é Spielberg, é Carpenter, é Tarantino, é Hawks, é western-spaghetti-feijoada com candomblé ácido e sopa de coco, é o Brasil como enorme caldeirão de culturas e experiências, sempre descontraído e vai-com-os-outros até ao momento em que é preciso marcar posição – e aí, gente, ninguém o pára.»
Citações retiradas de artigos publicados no suplemento Ípsilon, do jornal Público.