Das leituras no passado recente («Eu, Assassino»)
Talvez o objectivo fosse uma personagem principal sofisticada, além dos espartilhos do catálogo vigente e dominado pelos comuns mortais, com uma ética somente ao alcance de uma vanguarda presumida como alheia ao leitor típico. O resultado, porém, é uma azeiteirice tentando dar um passo maior do que a perna, sem nada de novo ou original. «Demasiada agitação para disfarçar a falta de ideias.»
A unção colectiva em torno disto é fenómeno para lá da minha compreensão. Talvez o polvilhanço com referências artísticas e a colocação de parte da acção na academia hajam sacado aos leitores uma presunção de valor estético e narrativo que uma alma bruta como a minha falhou em encontrar. Ou então a rusticidade do meu intelecto lavou dos meus olhos as ramelas que emprestam brilho ao que é baço como madeira tosca.
O trabalho gráfico é notável: está à altura do argumento com os seus vulgarismos formulaicos travestidos de «fora da caixa».