«O Segredo da Força Sobre-Humana» de Alison Bechdel
Uma memória gráfica da Alison Bechdel – mais uma – que não defrauda expectativas. Mais do que um «bildungsroman», mas havendo certo travo ao género, é pela travessia das décadas enquanto procura do «eu» na actividade física, tremenda e de ampla variedade, aludindo a referências literárias entre os transcendentalistas e a geração beat, que se vai revelando o percurso de vida de Bechdel.
O traço estudado em painéis cuidadosamente criados, que compõem belíssimas páginas que muito ganharam com a coloração de Holly Taylor (às vezes, as condicionantes temporais acabam por enriquecer a obra), hiperactivas, honestas, numa progressão pelos anos de uma vida.
Se a obra «autoral» de Bechdel é eivada de narcisismo, então é «narcisismo do bem». Que esta memória gráfica é uma maravilha e não a tenho visto receber, por terras lusas, o destaque merecido.