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Mar23
Das densidades compensadoras («Absalão, Absalão!» de William Faulkner)
rltinha
Os primeiros dois terços são densos, têm tudo aquilo de que se queixam os nhonhós que acham que o senhor Faulkner não lhes merece esforço leitor. O último terço, também porque dá sentido ao todo e fecha vários arcos narrativos até aí muito menos perceptíveis, exige bem menos. Mas todo o livro é Sul Profundo faulkneriano, narrando em portentosa frase longa a tragédia prenunciada, que avança como uma torrente: inelutável, turva, de ecos plúrimos (a várias vozes), e cíclica... como são as torrentes sazonais até que as alterações climáticas lhes acabem com a estirpe.
Fica a sugestão: go faulkner youselves.