Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Os Heterónimos da Peçonha

Os Heterónimos da Peçonha

15
Jan23

Das leituras no passado recente

rltinha

O ano de leituras foi aberto com o «Karmen» de Guillem March e com o vol. 4 de «The Far Side® Gallery 4». Mas o marco leitor desta pobre (em números) quinzena foi «O Cemitério de Praga» de Umberto Eco.

2023.01.15 Eco.jpg

 


Que o senhor Eco era um fã de conspirações, portador de uma ironia infinita para com todo o tipo de mistificações, já se sabia. Mas «O Cemitério de Praga» é a materialização de uma soberba caixa de areia para brincadeiras infinitas com esta sua matéria de eleição. Nada ali deixa de ser utilizado para a pura diversão do escritor. O leitor que se segure, que escreva notas, ou que se deixe ir (recomenda-se esta terceira opção). Eco não acumulou milhares (lendo uma quantidade assinalável) de livros para depois não se divertir tanto quanto podia a parodiar plúrimas conspirações e mitos, e ainda a usar tropos narrativos nessa celebração lúdica do que é contar uma história.
Este livro terá como pecado maior a intensidade e a insistência. É que nem todos os dias se está com vontade de ler narradores tudo menos fiáveis, desprezíveis e vis até ao tutano, ainda que sabendo-os caricaturas de modelos dignos destas adjectivações. Sim, o anti-semitismo e a misoginia tal como manifestados pelos narradores são hilariantes. Mas é factual que neste livro se tem que ler muito discurso anti-semita e misógino. Talvez demasiado.

2023.01.15 Far Side.jpg

À pergunta «seria feliz a comer apenas bolo de chocolate o resto da minha vida» aprendi com «The Far Side® Gallery 4» que a resposta é não. No termo de um jornal diário um painel assenta muito bem. Muitos compilados num livro são puro enfado.

2023.01.15 Karmen.jpg


A arte de «Karmen» é superior ao argumento, ainda que viva à boleia de opções fáceis para chocar. Mas a paleta é sublime. Coisa que o argumento fica a parsecs de alcançar. 
Falhas de comunicação, isolamento social, e a enésima historieta de um limbo entre a vida e a morte de uma personagem em provação.


Adolescência tardia num bildungsroman de netflix para as massas. Só que com aura de culto. Vá-se lá saber porquê.

 

03
Jan23

Das actualizações de intenções

rltinha

2022.01.03 Kobayashi Issa.jpg

A hilaridede serena do tédio de Kobayashi Issa é o meu modelo de inspiração para 2023. (Uma pessoa, ainda que pessimista, também pode sonhar com amanhãs não ruins.)

Também por conta da recontagem de datas com o novo ano, ou então porque já se adiou em demasia o que urgia fazer e esta é uma oportunidade jeitosa, será este o novo pólo da partilha de opinião leitora da autora deste blog.

Ninguém aqui foi chamado.

Quem vier e ficar sofrido com as opiniões fica solenemente advertido de que neste espaço se procederá ao que BSS designaria festim crítico-orgiástico de fim de leitura.

Pág. 2/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2024
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2023
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2022
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2021
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub